Por que as pessoas viajam – A busca pelo outro autêntico – Parte 1
O turismo é o ‘ismo’ que move a maior indústria do mundo moderno. Forma um componente integral do negócio de lazer em rápido crescimento. Representando cerca de 11% do PIB global, o turismo é um grande ‘movimento’ que impacta o mundo.
A busca pelo outro autêntico
Uma parte muito substancial do turismo, como conhecemos hoje, é a busca do indivíduo pela autenticidade; de pessoas que viajam para longe de suas sociedades de origem para um outro autêntico (muitas vezes primitivo); desenhado por mitos embutidos no folclore, herança, religião, literatura.
É esta procura do outro autêntico que tem aproximado o turismo da religião, esbatendo as fronteiras entre o peregrino e o turista. O turista do ocidente, em busca do outro autêntico, é um peregrino do mundo secular moderno. Sua religião é a religião individualista da sociedade moderna, diferente da noção coletiva e organizada da religião civil. O turista, farto do materialismo secular ocidental, localiza seu centro eletivo “lá fora”, longe de sua sociedade natal. A contrapartida do turista ocidental é o peregrino do oriente que localiza seu centro eletivo nos locais sagrados de culto.
Assim, há um grande grau de semelhança na sagrada busca da autenticidade para um turista ocidental e um peregrino oriental. Esta busca de autenticidade, em ambos os casos, é frustrada pela indústria do turismo e pelos estabelecimentos religiosos, respectivamente, pela criação de autenticidades encenadas – representações falsas que são percebidas como reais pelo peregrino e pelo turista.
Turismo de Lazer
O restante do movimento turístico é impulsionado pela recreação; de pessoas cujos centros estão firmemente enraizados em suas próprias sociedades, que viajam para se entregar ao ‘jogo’ – uma característica da sociedade pós-moderna. Essas pessoas são atraídas pelos mitos criados pela indústria do turismo; entregue-se aos prazeres – tornando-se indigentes, reis, visitando o antigo Egito em miniatura, etc.
O exemplo mais marcante desse tipo de turismo é o conceito de parque temático, notadamente a Disneylândia. Os parques temáticos ‘recriam a realidade’ e criam mitos sobre povos, países, conceitos, civilizações etc. O turista brinca com eles, muitas vezes obtendo um prazer vicário.
Assim, uma maneira útil de olhar para o turismo é olhar para as duas principais motivações que impulsionam o turismo moderno.
1. A busca do outro autêntico (movimentando muitos turistas do ocidente e peregrinos do oriente).
2. A recreação e o conceito de ‘brincadeira’